A Polícia Civil, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou na tarde desta segunda-feira (26.09) a Operação Safra 2, com o cumprimento de 26 ordens judiciais contra alvos investigados por integrar uma associação criminosa envolvida no furto e desvio de cargas de grãos em Mato Grosso, com ramificação em outros estados do País.
As ordens de prisão, busca e apreensão e arresto de bens móveis e imóveis foram cumpridas em três cidades de Mato Grosso – Nova Mutum, Sinop e Cuiabá – sendo nove mandados de prisão preventiva e temporária.
As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Criminal de Sorriso e integram a Operação Safra 2 que apura a participação de 79 pessoas investigadas pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado, receptação qualificada, falsificação de documento e uso de documentos falso.
O cumprimento dos mandados contou com apoio da Delegacia Regional de Sinop, por meio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos; e da Delegacia de Nova Mutum.
Prejuízos de 16 milhões
As investigações foram conduzidas pela Divisão de Combate ao Roubo/Furto de Cargas da GCCO e apurou a atuação do grupo criminoso responsável pelo furto de cargas de soja e milho, que causou um prejuízo superior a R$ 16 milhões de reais a diversas empresas transportadoras e seguradoras ligadas ao setor do agronegócio mato-grossense.
A operação Policial tem como alvos caminhoneiros e outros integrantes da associação criminosa que tinham funções definidas como líderes do grupo, os aliciadores, receptadores, falsificadores e financiadores dos crimes; além de cinco empresas transportadoras e beneficiadoras de grãos.
A Operação Safra 2 é a continuidade da investigação da GCCO iniciada em 2021 para a repressão qualificada a grupos criminosos que insistem em atacar a principal atividade econômica do estado.
Modus operandi
O grupo criminoso agia, aliciando os motoristas de caminhões, antes mesmo que estes fizessem os carregamentos das cargas. Após iniciarem o transporte dos grãos, em vez de seguirem para o destino, que na maioria das vezes era o porto de Miritituba (PA) ou em Rondonópolis, os motoristas desviavam as cargas para as empresas investigadas, localizadas nos municípios de Nova Mutum e Cuiabá.
O delegado responsável pela investigação, Gustavo Belão, explica que, após entregar as cargas nas empresas receptadoras, os motoristas recebiam dos aliciadores os pagamentos, cerca de R$ 25 mil por carga desviada, além de um ticket falso de descarga. “Esses tickets eram repassados pelos motoristas para as empresas vítimas, dando aparência de licitude e ludibriando as transportadoras, pois indicavam que as cargas teriam sido entregues no destino final. Contudo, após um período, as empresas vítimas entravam em contato com os portos para onde as cargas deveriam ter sido entregues e descobriam que os produtos nunca chegaram ao destino e que os tickets apresentados eram falsos”, aponta o delegado da GCCO.
As investigações apuraram que, aproximadamente, 152 cargas foram desviadas no período de um ano, o que representa mais de 6 milhões de quilos de soja e milho.
“As medidas cautelares representadas pela Polícia Civil, dentre elas o arresto de bens móveis e imóveis, têm por objetivo o ressarcimento dos prejuízos causados às vítimas”, destaca o delegado titular da GCCO, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira. Ele acrescenta ainda que as ordens judiciais visam primordialmente cessar a atividade criminosa da quadrilha e, principalmente, restabelecer a ordem pública e a sensação de segurança do setor do agronegócio no estado de Mato Grosso.
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