Mais uma jovem, uma das seis vítimas de Adaunair Ferreira, de 67 anos, contou ao g1 que o tio também cometeu estupros contra ela. Os crimes aconteciam toda vez que ela passava férias na casa de primos em Jaupaci, na região central de Goiás. Yasmin Pires Viana é prima de Júlia Viana, que já denunciou o mesmo tio.
Os estupros começaram quando ela tinha 9 anos de idade. Hoje, Yasmin Pires Viana está com 18 anos e se formou em técnica em radiologia. Ela mora em Montes Claros de Goiás, mas passou muitos períodos de férias na casa da prima Júlia Viana.
Os crimes duraram cerca de 3 anos. Normalmente, o tio tocava o corpo da então criança quando ela ia dormir e tomar banho.
“Minha infância foi destruída por ele. Sofri abusos por anos. Ele não me ameaçava, mas dizia que só estava brincando e que nunca iria me fazer mal. Eu era muito pequena não entendia. Com o passar dos anos, fui entendendo e percebi que era um abuso”, lamenta Yasmin.
Atualmente, a jovem diz que faz acompanhamento com psiquiatra, pois está em nível de depressão e ansiedade fortíssimos.
“Eu comecei apresentar tristeza frequente, baixa autoestima, irritabilidade, choro frequente, ansiedade, medo, entre vários sintomas. Tomo remédios todos os dias”, contou a jovem.
Yasmin relatou que expôs o caso de estupro quando tinha 12 anos, mas não foi ouvida por familiares e a denúncia não para frente. Depois que a prima Júlia publicou relato, outras meninas da mesma família se engajaram para denunciar o tio.
INVESTIGAÇÃO
O delegado de Jaupaci, Ronaldo Pinto Leite, contou ao g1, na quinta-feira (26), que Júlia e Yasmin procuraram a delegacia em 2022 e registraram boletim de ocorrência. São estupros cometidos contra quatro sobrinhas, uma neta e uma afilhada.
Os seis casos foram investigados no ano passado. Destes, o delegado indiciou Adaunair Ferreira Neves, de 67 anos, por estupro de vulnerável contra quatro vítimas. O homem tem dois mandados de prisão em aberto e está foragido da polícia há 7 meses.
“Quando a polícia teve notícia do primeiro fato, ele já tinha sumido, porque tinha circulado a informação sobre os crimes. Entramos em contato com a polícia de RO, MT e PA, para onde ele pode ter fugido. Já fomos em 15 endereços diferentes, mas ele não foi encontrado”, explicou o delegado.
No início deste mês, a polícia recebeu informação de onde ele poderia estar. A Justiça autorizou mandado de busca e apreensão na propriedade, mas ele não foi localizado.
Fonte: G1