Saúde

Gêmeas Valentina e Heloá se recuperam no pós-operatório

Médico responsável pelo procedimento afirma que foi um sucesso e que o estado de saúde das crianças é positivo

O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) anunciou ontem de manhã que as gêmeas Valentina e Heloá Prado dos Santos, de 3 anos, continuam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As duas necessitam de aparelhos para respirar e medicamentos para controlar a pressão arterial, após a cirurgia de separação realizada nesta quarta.

 

O médico Zacharias Calil, responsável por conduzir a equipe de 50 profissionais que realizaram o procedimento, afirma que a separação das meninas “foi um sucesso”. O homem explica que o estado de saúde das crianças é o esperado para o delicado pós-operatório.

 

Cirurgia de 15 horas 

 

A cirurgia foi longa, com mais de 15 horas, incluindo a separação do fígado, intestino, sistema urinário, bexiga e ossos, além da reconstrução da genitália, barriga e pele.

 

Foi a primeira cirurgia desse tipo no Hecad, que planejou o procedimento em reuniões periódicas por 10 meses. “É uma cirurgia muito complexa, com o corte da comunicação de sangue, pele e intestino, entre outros órgãos. Sempre podem acontecer intercorrências, contudo ocorreu tudo muito bem”, completou Calil.

 

O profissional já havia realizado vinte e duas cirurgias de separação de siameses e considerou este caso desafiador, uma vez que os dois intestinos estavam profundamente unidos. O médico salientou que, embora seja extremamente complexa, a separação foi integralmente executada pelo SUS.

 

“Nos EUA, um procedimento como esse custa mais de um milhão de dólares. Aqui, se calcularmos os honorários médicos, estrutura hospitalar, medicamentos, materiais, equipamentos, entre outros gastos, não sairia por menos de R$1 milhão”, explicou ele.

 

Complexidade 

 

As garotinhas nasceram em Guararema (SP), mas a família se mudou para Morrinhos, no sul de Goiás, para ficar perto do hospital, que é um dos poucos no Brasil que faz o procedimento de separação, considerado de alta complexidade.

 

Casos de gêmeos siameses são classificados como um dos mais complexos da cirurgia pediátrica.

 

Valentina e Heloá têm sido submetidas a vários tratamentos desde 2021, tendo em vista que o processo de separação é dividido em três fases. A primeira etapa foi a colocação de expansores – uma espécie de tecido que estimula o crescimento da pele – que ocorreu no ano passado.

 

O segundo passo foi a cirurgia, e o último é o pós-operatório, período crucial para a recuperação das pacientes.

olha goias

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