Crise na China: Como afeta a soja brasileira?
Um dos fatores mais importantes que influenciam o preço da soja é a China, maior consumidor mundial. De acordo com a Consultoria TF Agroeconômica, o gigante asiático deve importar cerca de 101 milhões de toneladas da oleaginosa na próxima temporada, segundo estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estado Unidos).
Isso representaria nada menos que 63% de toda a demanda mundial, que são as 160 MT a serem exportadas na safra 2021/22, das quais 93 MT sairão pelo Brasil. “Esta demanda é responsável por uma boa parcela dos preços internacionais da soja. Ora, a China está vivendo dias difíceis em sua economia, principalmente pela forte elevação dos preços de todas as matérias-primas que importa, desde minério até soja e carnes”, salientam os analistas de mercado.
“Sua economia, embora robusta, está dando sinais de que não aguenta tanto aumento. Como se não bastasse, a segunda maior incorporadora do país, a Evergrande, entrou em processo de falência, com uma dívida de US$ 185 bilhões, que o governo terá que ajudar a administrar. Tudo isto está repercutindo não só na economia chinesa, mas, por seu próprio porte e influência, também nas demais economias mundiais, que, em maior ou menor grau, dependem da China”, argumentam.
Um dos sinais diretos sobre o setor de soja foi dado nesta semana: “As plantas chinesas de esmagamento de soja em Tianjin e Jiangsu foram fechadas devido à oferta restrita de carvão e às metas de emissões mais rígidas da RPC. A planta da Louis Dreyfus em Tianjin tem capacidade de 25k T / dia e permanecerá offline até outubro, pelo menos”, aponta a TF.
“Nada muito grande, nada muito decisivo, mas é mais um fator que vem se somar à redução da demanda no Brasil e nos EUA por óleo de soja para a produção de biocombustíveis, que poderá acentuar a queda nas cotações em Chicago a médio e longo prazos. Bom ficar atento”, recomendam os especialistas da Consultoria.
Por: Agrolink –Leonardo Gottems