Após compartilhanento de informações entre a PMMG e a PMGO através do BPMRURAL/COC, foram iniciadas várias ações no municipio de APORÉ-GO com objetivo de localizar e efetuar a prisão de um indivíduo que estaria foragido da justiça há mais de 30 anos após a condenação de pena de mais de 70 anos de prisão.
Com base nas informações, a equipe de Rural 113126 chegou em uma residência e localizado uma pessoa com grandes indícios de se tratar do procurado. De imediato foi percebido o uso de documento falso, porém, com o confronto de outros documentos localizados, características físicas e por algumas afirmativas de sua esposa, chegaram a conclusão que realmente se tratava do maníaco em questão, que foi preso e apresentado na DP para as devidas providências.
“Valderico, no momento da abordagem, apresentou documentação da pessoa de José Pereira dos Santos, que nós constatamos que se trata de um indivíduo que já se encontra morto e que suas informações pessoais estavam sendo utilizadas por Valderico”, completou o militar.
Ainda conforme o oficial da PM de Goiás, o foragido negou ser Valderico e garantiu desconhecer o caso. No entanto, a esposa dele confirmou que o marido, com quem está casada há 42 anos, participou do crime bárbaro em Minas.
Importante ressaltar da grande repercussão que o caso promoveu, gerando uma enorme comoção nas cidades onde ocorreram os crimes como segue um resumo dos fatos.
Em 15 de fevereiro de 1992, por volta de meia noite, Valderico Bernardes, acompanhado de outros dois autores, cometeu em sequência sequestro e estupro de duas jovens, naturais de Bambui/MG, no município de Iguatama/MG.
Após o estupro, o trio criminoso amarrou as duas moças em arame farpado e jogou em um rio, sendo que uma veio a óbito e a outra sobreviveu. Este caso ficou conhecido como o “caso das irmãs de Bambuí”, sendo amplamente divulgado em jornais da época.
Meses depois, os autores agiram mais uma vez, estuprando coletivamente mais uma jovem. Anos depois do fato, todos foram condenados, Valderico, porém, nunca cumpriu a pena. Apenas nestes casos Valderico recebeu condenação superior a 73 anos.
Houve diligências para a captura do foragido nos Estados de Goiás, Distrito Federal, São Paulo e nos municípios de Pará de Minas e Divinópolis, o alvo, porém, nunca foi localizado.
A Polícia Militar de Minas recebeu informações de que o foragido estava na cidade de Aporéo. Ele estava casado e vivendo outra vida, até mesmo planejando em se candidatar nas eleições deste ano.
“Conseguimos, através de análise de redes sociais, Facebook e Instagram, localizar uma pessoa do seu ciclo de relacionamento, uma filha dele. Identificamos que, provavelmente, ele estava no município de Aporé, município que se localiza na divisa com o Estado do Mato Grosso do Sul. E foi a partir daí que nós intensificamos as ações daquela região e na tarde de hoje conseguimos localizar”, disse o tenente-coronel Carvalho, comandante do Batalhão Rural da Polícia Militar de Goiás. .
“Consta também que seus filhos são nascidos na região de Goiás e não tinham conhecimento de seus atos. Ele encarnou uma nova uma nova vida, inclusive tinha recentemente se filiado a um partido político e pretendia ser candidato a vereador naquela cidade ”, detalhou Carvalho, que agradeceu a PM de Minas pela troca de informações.
Fuga
Coronel reformado da PM mineira, Robson Queiroz relembra detalhes do crime cometido há três décadas. “Foi um estupro, uma ocorrência bárbara com duas moças que foram vítimas desse crime. Elas foram amarradas com arame farpado e jogadas no Rio São Francisco. Pescadores conseguiram resgatar uma dessas moças e, a partir das informações que ela deu, os colegas na época da Polícia Militar conseguiram efetuar a prisão desse bandido. Não tem outro nome pra isso não, isso é bandido”, destacou o policial reformado.
O coronel lembra que Valderico e os dois comparsas foram presos, mas fugiram pouco tempo depois. “A gente fez uma verdadeira caçada na época. Para você ter uma ideia, foi no início da minha carreira. Era segundo tenente. Foi uma caçada, foi mais de uma semana andando o tempo inteiro no meio de mato para achar essas pessoas e, infelizmente, eles conseguiram escapar. E esse sujeito (Valderico) desapareceu. Isso sempre me incomodou. Me trouxe muito desconforto não ter conseguido achar esse cidadão”, disse.
Inteligência
As primeiras pistas que levaram até a prisão do condenado foram obtidas pela Diretoria de Inteligência da PM de Minas em 2015. Neste ano, o Serviço de Inteligência do 1º Batalhão da PMMG, elaborou uma rede de vínculos de Valderico e passou as informações para um policial conhecido em Goiás, possibilitando a prisão condenado 30 anos após o crime.
A divulgação da imagem do preso foi procedida nos termos da Lei nº 13.869/2019 e da Portaria nº 547/2021 – PC, conforme Despacho do(a) Delegado(a) de Polícia responsável pelo inquérito policial, de modo que a publicação de suas imagens possa auxiliar no surgimento de novas vítimas e testemunhas que façam seu reconhecimento, além de novas provas.
6ª CPMRURAL
Patrulha Rural Georeferenciada
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