Clima vem severo contra milho e soja
De acordo com o último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) as áreas produtoras de soja e milho do país, vem enfrentando diferentes condições climáticas. Ao passo que em grande parte da região central do território nacional apresenta condições excelentes para o desenvolvimento das culturas, a região sul passa por adversidades relacionadas ao estresse hídrico, com áreas onde há uma restrição mais elevada. Já no estado baiano, é o excesso de chuvas que estão impactando as culturas, sobretudo a soja no oeste do estado.
Fonte: Conab
O que diz a Conab
Milho: No RS foi iniciada a colheita. Quase 70% das lavouras estão em fase reprodutiva e há expectativa de perdas de produtividade. No PR, devido ao déficit hídrico observado em novembro e dezembro, aumenta o percentual de lavouras em condições ruins e é prevista redução na produtividade. Em GO, as lavouras estão em excelentes condições. A maior parte está em desenvolvimento vegetativo. Em SC a situação das lavouras é mais restrita no oeste e meio-oeste, onde as precipitações estão mais escassas.
Soja: Em MT, as áreas semeadas mais cedo já se encontram em maturação, com colheita prevista para a próxima semana. No RS, a semeadura avançou pouco devido à falta de chuvas. Algumas lavouras já estão em fase reprodutiva e apresentam perda no potencial produtivo. Na BA, apesar do excesso de umidade no solo, ainda não foram registrados problemas generalizados na qualidade das lavouras. Em MS, pouquíssimas lavouras do sul do estado receberam chuvas e a área sob estresse hídrico é relevante.
Projeção das chuvas
A previsão para os próximos 15 dias não mostra uma melhora no cenário das chuvas no RS. Assim o reduzido volume de chuva previsto na região sul, manterá baixo o armazenamento de água no solo, o que prejudicará o desenvolvimento, a floração e o enchimento de grãos, principalmente no Oeste do PR e de SC, além do Noroeste e da região Central do RS.
Ao norte e região central do PR as chuvas mostram indicativos de recuperação, contudo no oeste do estado os volumes apresentam uma tendência de menores volumes e maior irregularidade. Ao sul do MS, onde também o fator hídrico também é um fator limitante, a previsão não indica volumes expressivos de chuvas nos próximos 15 dias.
Outra área com indicativos de limitações devido ao clima é no oeste baiano. A projeção mantém volumes expressivos de chuvas para os próximos 15 dias, o que poderá intensificar a restrição na produtividade por conta do excesso de chuvas. Por outro lado, no sudeste, as chuvas poderão favorecer o estabelecimento dos cultivos de 1ª safra, cana-de-açúcar e café. Particularmente por conta da recuperação de água no solo, visto que há regiões no estado de SP que também apresentam deficiência hídrica.
Monitoramento das chuvas para o mês de Dezembro
O padrão das chuvas apresenta uma característica típica de La-Niña para o mês de Dezembro, apesar de algumas irregularidades nos volumes ao sul do GO, existe um saldo positivo no armazenamento de água no solo devido às chuvas dos meses anteriores, bem como ao norte do MT e sul da região norte.
Seguindo ainda o padrão clássico de chuvas da La-Niña, a região nordeste tem volumes muito superiores àquilo que seria esperado para o mês, assim como ao norte do GO, norte de MG e algumas áreas da região norte.
Contudo, na região sul, o déficit hídrico já perdura há vários meses refletindo na expectativa de produtividade na região.