Presidente da Comigo alerta para perdas significativas na colheita de soja
O presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Antônio Chavaglia, expressou séria preocupação com a iminente quebra na produção de soja na região para a safra 2023/24. Com sede em Rio Verde, a Comigo, que abrange 18 municípios e possui 11 mil associados, enfrenta desafios consideráveis devido às condições adversas do clima.
Chavaglia destaca perdas, atrasos no plantio e um desenvolvimento inadequado, especialmente afetando a soja precoce. A preocupação com a qualidade do produto é evidente, e a incerteza paira sobre o cenário para o restante da safra, com a expectativa de que algumas safras não atendam aos padrões de exportação. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já revisou para baixo suas previsões de colheita para o Estado, indicando uma queda de 3,9%, totalizando 17 milhões de toneladas.
“Estamos preocupados com a qualidade da soja. Vai ter soja que não serve para exportação. É um ano sem previsão do que vai acontecer”, lamenta Chavaglia.
A situação crítica não se limita a Goiás; Mato Grosso também enfrenta desafios semelhantes devido ao clima mais quente e seco. A Aprosoja do Estado estima uma quebra de pelo menos 20% na produção, com a colheita atingindo apenas 0,99% da área até o momento. O pedido de extensão do calendário de semeadura até 13 de janeiro reflete a urgência da situação.
Outras regiões do país, como o Paraná, representadas pela cooperativa C.Vale, estão atentas às possíveis perdas. A incerteza em relação ao volume de recebimento de soja adiciona pressão ao setor, especialmente em Mato Grosso, onde há uma redução significativa do potencial produtivo.
As projeções nacionais também indicam um cenário desafiador. Enquanto a Conab estima uma colheita de 160,1 milhões de toneladas, previsões mais conservadoras do setor privado, como as da Céleres e do Itaú BBA, sugerem números mais modestos, variando de 153 a 156,5 milhões de toneladas.
A crise na produção de soja não impacta apenas esse setor. O cultivo de milho de segunda safra no Brasil, plantado após a colheita da oleaginosa, também enfrenta desafios. O atraso no plantio de verão reduz a janela para a semeadura do cereal, somando-se à queda nos preços e à expectativa de menor rentabilidade, desestimulando os agricultores e resultando em uma projeção de área plantada 4,5% menor do que na safra anterior, segundo dados da Conab.
Com informações do Globo Rural *
Por Giovanna Mendonça olhagoias