Política

MDB deve antecipar acordo com DEM em apoio a Caiado

A aliança entre o MDB DEM em apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado e com emedebista na vice deve ser antecipada, conforme apurou a reportagem do Diário de Aparecida.

Os entendimentos avançaram nos últimos dias, com a troca de elogios entre o governador e o ex-deputado federal Daniel Vilela, presidente estadual do MDB, durante homenagem ao ex-prefeito e ex-governador Maguito Vilela, pai de Daniel, em Aruanã.

Desde janeiro último, Daniel Vilela tem tido que não pretende concorrer novamente ao governo de Goiás, revelando sua posição de que o MDB não deva lançar candidato próprio. O dirigente sinaliza, assim, preferência por coligação do partido com o DEM caiadista.

A posição de Daniel pró-aliança com Caiado tornou-se mais nítida a partir da internação e morte de seu pai, Maguito Vilela, que se aproximou do governador. Primeiro gesto de Vilela foi retirar o MDB do bloco de partidos que faz oposição ao governo Caiado.

Nas tratativas com o Palácio das Esmeraldas, o MDB é cogitado para lançar candidato a vice-governador ou a senador e os nomes citados são os de Daniel Vilela(vice) e Iris Rezende e Luiz do Carmo (senador).

Quem acompanha a cena política de Goiás percebe que o gesto de Ronaldo Caiado de homenagear Maguito Vilela é um sinal claro de que DEM e MDB estão próximos de confirmar a aliança às eleições de 2022.

“De forma suprapartidária, o senhor tem beneficiado, colaborado e contribuído com todos os municípios do nosso Estado. Fica aqui o nosso reconhecimento da figura do senhor e ao mesmo tempo nosso reconhecimento ao governo”, disse Daniel Vilela se dirigindo a Ronaldo Caiado, em Aruanã, segunda-feira (5). “O que se busca na vida? Exatamente entregar para que cada passo que a gente constrói seja sucedido por pessoas que sejam competentes, qualificadas e cada vez mais possam melhorar a vida da população do Estado de Goiás”, afirmou o governador.

Ronaldo Caiado e Daniel Daniel Vilela estão prestes a fechar um acordo político — numa aliança parecida com a de 2014, com posições, na chapa majoritária, invertidas. Na eleição daquele ano, Ronaldo Caiado disputou mandato de senador, sendo eleito, e apoiou Iris Rezende, do MDB, para governador.

Para 2022, o MDB irá para a chapa majoritária de Ronaldo Caiado. Falta definir se ocupará a vice ou se disputará a vaga de senador. Está praticamente decidido que Daniel Vilela vai ocupar uma vaga na chapa — na vice ou disputando o Senado.

Com o oferecimento da vice para o MDB, Caiado poderá acertar com o PSD de Henrique Meirelles ou o Republicanos de João Campos a candidatura ao Senado da República. Corre por fora o Progressistas de Alexandre Baldy.

Após eleição do diretório, na última sexta-feira (2), o MDB definiu a composição de sua executiva. O senador Luiz do Carmo ficou com a primeira vice-presidência. O prefeito de Campos Verdes Haroldo Naves, com a segunda. Paulo Cezar Martins o primeiro secretário, acertos feitos por Daniel Vilela.

Missão de Iris
Desde o ano passado, quando decidiu não disputar a reeleição para a prefeitura de Goiânia, Iris Rezende está mergulhado nesta tarefa de levar o MDB para o palanque da campanha pela reeleição do governador Ronaldo Caiado. A relação entre os dois começou em 2014, com Iris candidato a governador e Caiado a senador.

De imediato, Iris iniciou conversações com Daniel Vilela, para mostrar ao dirigente a importância de se aproximar de Caiado. Para Iris, o MDB pode se fortalecer, conquistando vaga majoritária na chapa com o DEM e também alcançar cadeiras para os cargos proporcionais – deputado federal e estadual.

Daniel passou a agir se fortalecendo no MDB com a reeleição para a presidência da executiva estadual do partido. Conquistou aliados importantes, entre eles o senador Luiz do Carmo, agora vice-presidente do partido. O deputado estadual Paulo Cezar Martins recuou e fez acordo com Daniel na eleição do novo diretório estadual, ocupando a 1ª secretaria do partido.

80% dos prefeitos do MDB manifestam apoio à proposta de aliança com o DEM caiadista. Muitos deles recuou na pretensão de desfiliar-se do partido para respaldar a aproximação com Ronaldo Caiado.

Apenas o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha e o deputado estadual Paulo Cezar Martins defendem candidatura própria do MDB ao Palácio das Esmeraldas. Daniel e Iris esperam que, até dezembro, Mendanha e Paulo Cezar passem a apoiar a proposta majoritária de aliança com o DEM.

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Emedebistas favoráveis e contrários ao apoio à reeleição de Ronaldo Caiado (DEM) têm em comum a avaliação de que a decisão sobre as eleições do ano que vem não pode demorar. Entre aqueles que consideram a aliança, sinalizada de maneira mais clara nesta segunda tanto pelo governador quanto pelo presidente do MDB, Daniel Vilela, há a avaliação de que ela pode ser oficializada nos próximos meses a partir do interesse dos prefeitos – eles os quais alguns cogitaram filiação ao DEM.

“O governador está sinalizando positivamente para essa parceria administrativa ser transformada em política e 80% dos prefeitos querem isso. Muitos de nós veem essa possibilidade de o Daniel ser vice e candidato à reeleição como governador em exercício (em 2026)”, diz um prefeito do partido.

Por outro lado, há acerto entre Daniel e Mendanha em relação à consulta do partido sobre o assunto antes da virada para 2022. Aliados do prefeito de Aparecida, que não descarta a possibilidade de busca por outro partido, avaliam que ter clareza em relação ao cenário da disputa pela Palácio das Esmeraldas ainda neste ano é essencial.

Prefeitos rejeitam proposta de candidatura própria a governador

Gustavo Mendanha: sem respaldo no MDB para candidatura própria

Estimulado pela oposição e por alguns membros de sua equipe de governo, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha não conseguiu adeptos entre presidentes de diretórios municipais e prefeitos do MDB à sua proposta de disputar o governo de Goiás em 2022.

Nas suas andanças pelo interior do estado, Mendanha teve o apoio apenas do deputado estadual Paulo Cezar Martins, que faça política principalmente em Quirinópolis.

Presidentes de diretórios, prefeitos e vereadores disseram a Mendanha a inconveniência de o MDB lançar candidato próprio a governador, diante da performance do governador Ronaldo Caiado e também da fragilidade eleitoral do partido.

Os emedebistas disseram a Gustavo Mendanha o risco que ele corre ao “trair” a memória de seu principal mentor político, o ex-prefeito Maguito Vilela e de se afastar do “aliado de primeira hora”, ex-deputado federal Daniel Vilela.

A incógnita é o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha. Aos secretários, ele tem dito que quer disputar o governo de Goiás já em 2022, por isso tem visitado vários municípios para conversar com as lideranças partidárias.

Entretanto, aos mais íntimos, tem falado que teme ficar com a fama de “traidor”. Porque ele deve tudo, em termos políticos, a dois líderes emedebistas. Primeiro, a Daniel Vilela, que, em 2016, decidiu bancá-lo para prefeito, convencendo seu pai, Maguito Vilela, de que, naquele momento, Mendanha era o nome da renovação na cidade e o preferido das bases políticas locais.

Maguito pretendia lançar Euler Morais, seu aliado histórico. Segundo, Maguito ouviu as bases, estabelecendo um diálogo franco com seus líderes, e lançou Mendanha para prefeito e articulou sua campanha — apresentando-o como sua continuidade. Ele estendeu a mão a Mendanha.

Será que, em 2022, o prefeito não vai estender a mão a Daniel Vilela? Não há “gratidão” em política?

Portanto, Mendanha é uma “invenção” política tanto de Maguito Vilela quanto de Daniel Vilela. Não fossem os dois, estaria, neste momento, como vereador em Aparecida. Com a morte de Maguito Vilela, Mendanha percebeu uma oportunidade para atropelar Daniel Vilela?

Os que conhecem Mendanha garantem que não é bem assim. Afiançam que ele está se colocando para a disputa, mas, se Daniel Vilela firmar uma aliança com Ronaldo Caiado, com o objetivo de fortalecer o MDB, vai acabar por acompanhá-lo — deixando seu projeto estadual para mais adiante, afinal tem apenas 38 anos.

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